segunda-feira, 3 de julho de 2023

Resultado de perdas 2023, atenção ou oportunidade?


A pesquisa apresentada no 6° Fórum de Prevenção de Perdas Abrappe mostrou que o indicador de perda de estoque referente ao ano de 2022 foi de 1,48%, sendo destacado um crescimento de 22% em relação ao indicador de 2021, onde o resultado foi de 1,21%. O impacto é tão grande que, aplicado ao faturamento estimado do Varejo Restrito (comércio de bens não-duráveis e semiduráveis) gera um valor total de R$31,7Bi. 

Neste ano tive a honra de poder apoiar a equipe da KPMG na curadoria da pesquisa e consegui ver a seriedade e quão grande foi o trabalho de consolidação para geração do resultado final, sendo visível a busca de equilíbrio sobre a extensão da pesquisa, frente a qualidade ou mesmo nível de avaliação de determinadas informações dos varejistas. O que tende a deixar a pesquisa maior, demandando mais esforço dos varejistas, é na verdade o que permite a geração de tantas informações que ajudam a direcionar as análises e a riqueza do conteúdo final.


A Abrappe mostrou que sua base de associados dobrou entre 2021 e 2022 e o crescimento de empresas participantes na pesquisa foi de 53%, mas mesmo assim, a participação dentre a base de empresas associadas ainda não supera os 30%, havendo uma oportunidade muito grande quanto a quantidade  de empresas participantes e com isso uma possível melhora na abrangência das informações, foi destacado durante o fórum que a pesquisa não possuía base suficiente em alguns setores que não foram relacionados, por não atenderem a pré-requisitos da  metodologia ou quantidade de respondentes insuficientes de determinadas informações.


Neste ano também tivemos algumas alterações na forma de avaliação de indicadores como por exemplo a junção de Eletromóveis e Informática, ou a separação entre Magazines Regionais e Nacionais o que gera ponto de atenção sobre como as empresas destes segmentos farão suas análises e comparações.


O indicador apresentado, possui variação entre os segmentos que participaram da referida pesquisa conforme gráfico abaixo:



Vale lembrar que os resultados dos segmentos possuem grande variação por vários fatores, sendo talvez o principal, as diferentes características quanto ao mix de produtos que cada um possui, alterando as dificuldades e a forma de atuação quanto as práticas para redução das perdas de cada um.
A perda total é dividida em 2 principais classificações, a primeira Perdas Identificadas (PID) ou Quebras Operacionais e a segunda as Perdas Não identificadas (PNID) que são registradas mediante Inventários (totais, cíclicos, rotativos ou parciais), nomenclaturas que podem variar conforme cada empresa. A grande diferença é que nas Perdas Identificadas (PID) temos informações que permitem uma atuação mais direcionada e com isso a probabilidade ou mesmo agilidade na tratativa é maior. 

Abaixo a distribuição destas perdas em cada segmento:





Na comparação de cada segmento entre os resultados 2022 e 2021 identificamos aumento em Supermercados, Perfumarias, Artigos de Esporte, Construção/Lar, Drogarias, Moda e Magazines Regionais/Nacionais, mas também houve redução identificada em Calçados, Eletromóveis e Informática conforme abaixo:





É importante lembrar que pelo índice ser resultante do cálculo entre o resultado de perda do ano e o resultado de faturamento líquido do mesmo período, podemos ter reflexos não só de aumento financeiro das perdas, mas também possíveis situações pontuais de redução de faturamento, gerando maior representatividade a tais prejuízos.


Em 2022, tivemos diversos impactos econômicos e sociais que, mesmo tendo variação por segmento, região e outros fatores, podem ter gerado aumento no índice de perda de estoques, entre estes impactos podemos destacar:
1. Instabilidade econômica
2. Problemas na gestão dos estoques
3. Problemas logísticos
4. Mudanças nos padrões de consumo:
5. Aumento da criminalidade:
6. Aumento nos índices de criminalidade

Instabilidade econômica: Flutuações econômicas como recessões, incerteza gerada pelo período de eleição, inflação (mesmo encerrando 2022 com alta de 5,8%, sendo este um recuo em relação ao observado em 2021  de 10,1%) e o desemprego (mesmo com uma média anual do índice foi de 9,3% no ano, o que representa uma retração de 3,9 p.p. frente a de 2021, quando marcou 13,2%), podem ter gerado redução no poder de compra dos consumidores, o que resulta em menor demanda por produtos e, consequentemente, um aumento nas perdas devido à redução das vendas. Outro impacto foi relacionado as substituições de profissionais experientes e consequentemente com salários mais altos por pessoas que possuem por vezes menos experiência, nesse caso o varejo reduzia o custo da folha de pagamento, mas a curto, médio e longo prazo, sofria com possíveis ineficiências ou baixa assertividade das ações da nova equipe.

Problemas na gestão dos estoques: A baixa acurácia nos estoques faz com que varejistas não consigam manter o equilíbrio adequado entre a oferta e a demanda e com isso ajustar seus pedidos, passa a enfrentar problemas como excesso de estoque (produtos obsoletos ou perecíveis/vencidos) ou a falta de estoque (perda da venda, margem e até do cliente). Problemas com falta de insumos, como por exemplo na fabricação de embalagens, também geraram impacto nas previsões de compras e reposições durante o ano.

Problemas logísticos: Dificuldades relacionadas a cadeia de suprimentos, como atrasos em entregas, falhas na distribuição ou problemas de armazenamento, podem causar perdas, pois se os produtos não chegam no tempo esperado ou se apresentarem danos/avarias (ocasionadas durante o transporte ou armazenamento), podem resultar em itens que serão devolvidos, não vendidos e com isso o aumento da perda. Empresas que possuem acordo de troca de mercadorias com os fornecedores podem reduzir suas perdas, porém isso chama atenção quanto ao risco de perda do cliente por falta de atendimento em situações de ruptura.

Mudanças nos padrões de consumo: Ainda por reflexo de mudanças repentinas nos hábitos e preferências dos consumidores que podem ter gerado aumento na obsolescência de produtos e consequentemente impactos na venda e nos resultados de perdas, por exemplo, onde um determinado produto/item se torna menos popular, devido a mudanças nas tendências ou em caso de avanços tecnológicos, o varejista em questão pode ficar com um estoque excessivo desse item, em muitos casos a saída é uma redução significativa em margem mediante venda com descontos.

Aumento nos índices de criminalidade: foi percebido aumento na criminalidade, em casos de roubos e furtos, situações reportadas pela mídia, mas por serem em sua grande maioria eventuais, dificultam as ações preventivas, gerando perdas de estoque significativas para os varejistas, eventualmente mais incidente em regiões com altos índices de criminalidade, onde os comerciantes enfrentam desafios relacionados à segurança, mas hoje percebido que, mesmo em menor número de ocorrências, vem acontecendo em locais que antes não sofriam com tais problemas.

Furtos e Fraudes internas: Seja realizado pelo funcionário ou através de conluio/conivência, os furtos e fraudes internas também geram perdas de estoque, que em muitos casos são tratadas como perdas não identificadas, apuradas somente através do inventário. A falta de controles e validações geradas por reduções no quadro de funcionários pode sim, gerar impactos desastrosos, pois tais atos podem ser recorrentes aumentando e muito o indicador de perda.


Esses são apenas alguns exemplos de impactos que possam ter justificado o aumento das perdas de estoque no varejo restrito brasileiro em 2022 e o que chamou a atenção é que durante a apresentação dos resultados o entendimento de grande parte dos presentes é que a uma preocupação com empresas que não aferem de forma adequada estes indicadores e também com possível aumento para 2023. 
Durante o evento foram apresentadas palestras sobre assuntos importantes e dois painéis que trouxeram discussões sobre o cenário atual dos negócios mediante a visão de CEOs de grandes varejistas, bem como uma discussão autoridades estaduais relacionadas à Segurança Humanizada e os desafios existentes ao varejo de forma geral.


A conclusão resultante desta pesquisa e dos assuntos tratados durante o evento é que as mudanças geradas e eventualmente não só Brasil, mas no varejo de forma geral traz a necessidade destes varejistas estarem cada vez mais preparados para atuar com cenários de constantes mudanças, que eventualmente o básico pode ser a solução mas também que o preparo das equipes e a resiliência em tratar cada situação será cada vez mais um desafio, mas principalmente que a informação estruturada e por vezes traduzida em indicadores, trarão o norte necessário a tais empresas, tornando áreas com Gestão de Estoques e Prevenção de Perdas mais estratégicas ao sucesso e lucratividade de cada empresa.

Autor: Gilberto Quintanilha Júnior

quarta-feira, 28 de junho de 2023

Veja quem pode comprar o GPA, segundo análise da XP

Após o anúncio da empresa Casino, analistas verificam as possibilidades de venda das ações da varejista


Nesta segunda (26/06), o Grupo Casino anunciou seu plano de reestruturação financeira com a possibilidade de venda de ativos do GPA (Grupo Pão de Açúcar) e o Grupo Éxito. Com a oficialização da pretensão de vendas entre 2023 e 2024 a XP Investimentos, realizou uma análise para verificar quais são os possíveis compradores das ações do GPA que ficarão disponíveis futuramente.


Para eles, é pouco provável que o CRFB (Grupo Carrefour), GMAT (Grupo Mateus) e ASAI (Assaí) comprem o GPA, e apostam que a compra será realizada por um investidor estratégico ou financeiro, um fundo de private equity. Em questão do preço, o valuation destacado no plano de desinvestimento do Casino avalia o GPA e Éxito em mais do que o dobro do valor de mercado atual.

Contudo, a XP se mantém neutra em relação a sua recomendação, pois apesar de acreditarem que as notícias recentes adicionam riscos de alta para a PCAR3, 1) a venda só está prevista para ocorrer no ano que vem,  2) há riscos adicionais para o plano do GPA se desinvestir do Grupo Éxito ao somar aos riscos de liquidez para acionistas da BDR do Éxito, e 3) com a redução dos níveis de rentabilidade normalizados o GPA Brasil poderá encontrar um cenário competitivo mais acirrado.


Clique e saiba mais...

ASSISTA AO PRINCIPAL EVENTO DE PREVENÇÃO DE PERDAS DO PAÍS



Um grande evento, que se torna mais um capítulo da história de Prevenção de Perda no Brasil.

Nele, você vai conhecer os resultados – revelados em primeira mão no evento – da 6ª Pesquisa de Perdas no Varejo Brasileiro, realizada em parceria com a KPMG, apresentada pelo presidente da Abrappe, Carlos Eduardo Santos, e cujas informações detalhadas, em breve, estarão disponíveis no site da associação (duas versões: a completa, para os respondentes dela, e a resumida, para os varejistas de todo o país). 

Além da pesquisa, na programação do evento deste ano, houve dois painéis de debates. O de CEOs teve a participação dos principais executivos das companhias GS1 Brasil, Caedu, Pernambucanas, Promofarma e St Marche e mediação de Fernanda Dalben, diretora de Marketing do Dalben Supermercados. Já o “Painel Segurança Humanizada” recebeu autoridades das polícias civil e militar do Estado de SP, bem como profissionais do Grupo Carrefour Brasil e Via. Por fim, o “Bloco do Conhecimento”, com palestras, no formato TED, de quatro profissionais da área de Prevenção de Perdas das empresas Drogaria Araujo, Farmácia Pague Menos, Home Center Ferreira Costa e Nidobox Supermercado.

Também tive a honra de poder apoiar a equipe da KPMG na curadoria da pesquisa e fui homenageado logo após a apresentação da pesquisa.

Vale a pena conferir....

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2023

Barômetros globais sobem pela 1ª vez desde novembro, mostra FGV/Ibre

Reabertura na China e menor pressão energética na Europa ajudam nas expectativas; inflação ainda é ponto de atenção



A reabertura da economia chinesa com o fim da política de covid-zero e uma crise energética mais suave do que a esperada na Europa fizeram os Barômetros Globais medidos pelo Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da Fundação Getúlio Vargas (FGV) subir pela primeira vez desde novembro de 2022. Mas a pressão inflacionária pode novamente reverter esse quadro, alerta Paulo Picchetti, pesquisador do Ibre da FGV.


Em fevereiro de 2023, o Barômetro Econômico Global Coincidente, que procura acompanhar o ritmo da atividade econômica subiu 6,2 pontos, para 83,3 pontos. O Barômetro Econômico Global Antecedente, que mede as perspectivas de crescimento econômico nos próximos de três a seis meses subiu ainda mais expressivamente, em 11,2 pontos, para 90,5 pontos, maior nível desde março de 2022.


Com o resultado, o Barômetro Coincidente recupera quase 50% das perdas registradas nos três meses anteriores, enquanto o Antecedente recupera mais de 100% das perdas no mesmo período de comparação, informa o Ibre da FGV.


“O desempenho dos Barômetros Globais reflete os impactos imediatos e de perspectivas futuras do fim da política de covid-zero na China sobre o nível de atividades na região e no restante do mundo. A intensidade da crise energética decorrente dos conflitos regionais na Europa aparenta ter sido menor que a inicialmente estimada, colaborando também para essas expectativas”, avalia Picchetti.


No entanto, observa o economista, os desafios da política monetária ante à trajetória de aumentos de preços ao redor do mundo persistem, o que ainda não permite afastar a hipótese de alguma desaceleração do nível de atividades ao longo do ano.


Em fevereiro, a região da Ásia, Pacífico & África contribui com 5,0 pontos para a alta de 6,2 pontos do indicador Coincidente; o Hemisfério Ocidental com 0,8; e a Europa com 0,5 ponto. Todos os indicadores setoriais coincidentes sobem em fevereiro de 2023, algo que não acontecia desde março de 2021. O setor de Serviços registra o maior nível entre os setores pelo terceiro mês seguido. 


Clique e saiba mais...

Fonte:https://www.infomoney.com.br/economia

Marisa (AMAR3): ações caem 6,2% após renúncia de CEO e reestruturação; analistas veem barreiras para “turnaround”

 Além de saída do presidente, varejista também divulgou contratação de banco e consultoria para renegociar dívidas



As ações ordinárias da Marisa (AMAR3) caem forte nesta quarta-feira (8), após a companhia ter anunciado a renúncia do seu diretor-executivo (CEO), Adalberto Pereira dos Santos, no cargo há apenas oito meses. Os papéis fecharam com forte recuo de 6,19%, a R$ 1,06 (cabe destacar também o baixo valor de face dos ativos; assim qualquer queda ou alta de centavos leva a uma forte variação percentual).


Além da renúncia do CEO, a varejista divulgou também que contratou o banco BR Partners e a consultoria Galeazzi para ajudar na negociação de suas dívidas.


A Marisa vem queimando caixa trimestralmente, amargando prejuízos e tinha, no final de setembro de 2022, um endividamento bruto de R$ 788 milhões (considerando seu braço financeiro). O número corresponde a 44,7% do patrimônio da companhia, sendo R$ 200 milhões do total irão vencer no curto prazo.


Já segundo informações do Valor Econômico, citando fontes,  há espaço, junto aos credores, para um alongamento dos valores atuais totais da dívida líquida, na faixa de R$ 600 milhões.


“O mercado às vezes coloca muita expectativa na chegada de um executivo. É difícil não comparar, por exemplo, o que acontece com a Marisa com o que aconteceu com a Americanas (AMER3), no que tange os diretores. Nos dois casos, chegaram novos CEO com currículos invejáveis, mas também havia a evidência forte de problemas”, contextualiza Enrico Cozzolino, sócio e head de análise da Levante Investimentos. “Alguns enxergam os nomes como bala de prata, mudando a organização da casa, mas muitas vezes o problema está muito mais ligado ao macro”.


O cenário de Selic mais alta impacta a Marisa em alguns pontos do seu balanço: pagar os juros das dívidas fica mais caro, a companhia enfrenta com dificuldades em oferecer crédito para seus clientes (ponto importante do negócio) e, por fim, o consumo em todo o país acaba abalado.


É por todo esse combo que a varejista de moda acabou contratando o banco de investimentos e a consultoria – para buscar, junto a credores, mais espaço para saldar suas dívidas em meio ao momento difícil.


Clique e saiba mais...

Fonte:https://www.infomoney.com.br/mercados

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2023

Novas tecnologias começam a transformar o setor de varejo

 Pesquisa da Opinion Box mostra que 86% dos entrevistados afirmam que a tecnologia é fator crucial para o processo de compra



O setor de varejo vem passando por algumas transformações ao implantar cada vez mais experiências digitais que já ganham a aprovação dos consumidores. Uma pesquisa da consultoria Opinion Box e da empresa Dito mostra que 86% dos entrevistados acreditam que a tecnologia contribui para o processo de compra e 56% já utilizam QR Code para efetuar o pagamento de suas aquisições. As ferramentas favoritas para pagamento costumam ser as carteiras digitais, com 53% de aprovação, e os chatbots, com 30%. 


A tendência da integração entre as lojas física e digital segue firme entre os consumidores, que agora transitam entre as duas para identificar o melhor formato em cada compra. Segundo o levantamento, em 87% das situações, as pesquisas de preço realizadas em lojas físicas resultam em compra no formato online. Em outro caso, 80% dos entrevistados preferem, primeiro, pesquisar virtualmente um produto para depois comprar na loja física. Mais uma estratégia citada por 78% dos consumidores foi o ato de comprar online e fazer a retirar, posteriormente, no ponto físico.


E já que o foco é sempre o consumidor, a forma como é tratado e valorizado ainda impacta os consumidores. Esta pesquisa também revelou que pelo menos 72% dos entrevistados esperam que as lojas onde adquiram seus produtos os reconheçam como indivíduos únicos e passem a identificar seus interesses de consumo. Dentre essas pessoas, 73% afirmaram já optar por consumir marcas que proporcionam essa experiência personalizada.



Clique e saiba mais...


Fonte:https://exame.com

Caso Americanas (AMER3) vira desafio extra para as varejistas em 2023

Profissionais do mercado apontam que há um longo caminho para a retomada do consumo e queda da inflação nos próximos meses


As empresas ligadas diretamente ao consumo da população deverão ter mais um ano difícil para seus negócios e em um contexto ainda mais desafiador do que o visto há um ano. Se até meses atrás a expectativa era de um alívio nos juros e desaceleração da inadimplência, agora a tendência é de continuidade no esmagamento das margens das varejistas ao menos nos dois primeiros trimestres.


A incerteza fiscal, que fez subir novamente a curva de juros futuros, indicando um aperto monetário mais longo do que o estimado, bem como o abalo de confiança causado pelo escândalo contábil da Americanas (AMER3), que deve aumentar o prêmio no custo de capital das empresas, são os principais desafios, na avaliação de profissionais de mercado ouvidos pelo InfoMoney.


Desde o início do aumento da taxa Selic, no primeiro trimestre de 2021 e que levou o índice de 2% para 13,75% ao ano, o setor de consumo viu a inadimplência disparar a níveis recordes e o custo de capital cada vez maior, tendência que segue neste início de 2023.


“O cenário desafiador [para o consumo] continua. Há uma proporção muito grande de famílias endividadas que não há como diminuir do dia para a noite, não existe bala de prata”, avalia a economista Izis Ferreira, da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).


“A inadimplência vem crescendo desde o fim de 2021 e é difícil estimar uma restauração da capacidade de consumo no curto prazo”, explica Ferreira.


Em 2022, a cada 100 famílias, 78 se endividaram, segundo pesquisa da CNC. É o recorde de uma série anual iniciada em 2010. O crescimento do endividamento entre 2021 e 2022 foi de 7 pontos percentuais (de 70,9% para 77,9%) , sendo o quarto consecutivo e o maior já observado na pesquisa.


Clique e saiba mais...